EU, JOÃO “CÓLERA” LOURENÇO…

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Governo de Angola (que por sinal é do MPLA há 50 anos) anunciaram hoje a intensificação de uma resposta nacional ao actual surto de cólera no país, anunciou a agência de saúde das Nações Unidas. Recorde-se que o governo do general João Lourenço tinha prometido acabar com o problema em… Março!

Num comunicado emitido no final de um encontro realizado hoje entre a ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, e o recém-nomeado representante da OMS em Angola, Indrajit Hazarika, a organização realça que “a reunião marcou o início de uma parceria renovada e reforçada entre o Governo de Angola e a OMS, com um enfoque central na intensificação da resposta nacional ao actual surto de cólera”.

Segundo o documento, Indrajit Hazarika transmitiu o empenho da OMS em apoiar o Governo do MPLA através de intervenções abrangentes e estratégicas. Estas incluem o reforço da coordenação multissectorial, a melhoria da gestão de casos, o reforço da vigilância e da detecção de casos, bem como uma comunicação de risco robusta e o envolvimento da comunidade. Tudo soluções que, pelos vistos, o MPLA nunca ouvira falar…

“Esta colaboração surge num momento crítico, uma vez que Angola atravessa um cenário complexo de saúde pública caracterizado por doenças endémicas, doenças transmissíveis e não-transmissíveis, doenças tropicais negligenciadas e um surto de cólera que já afectou 17 das 21 províncias do país”, lamentou a OMS.

Segundo explicou a agência de saúde, o Ministério da Saúde, em estreita coordenação com a OMS e outros parceiros de desenvolvimento, adoptou uma série de medidas de resposta urgente que incluíram “o envio de equipas de resposta rápida, a formação de pessoal de saúde, a criação de centros e unidades de tratamento da cólera, o fornecimento de água potável, o envolvimento intensivo da comunidade e o lançamento de campanhas de vacinação específicas”.

Não sabendo o que anda a fazer, a assalariada do general João Lourenço, Sílvia Lutucuta, manifestou grande preocupação com o aumento do número de casos e a trágica perda de vidas: “Estamos profundamente tristes por vermos um aumento contínuo, tanto dos casos como das mortes, especialmente entre as crianças e os jovens”.

A OMS recordou que Angola conseguiu conter, com sucesso, anteriores surtos de cólera e, através de uma liderança decisiva, coordenação multissectorial e parcerias estratégicas, o país “está bem posicionado para superar novamente este desafio”.

“Os esforços combinados do Governo de Angola, da OMS, de outras agências da ONU, da sociedade civil e do sector privado serão cruciais para salvaguardar a saúde e o bem-estar de todos os angolanos”, concluiu.

Angola registou 500 mortos e 13.818 casos de cólera devido ao surto que o país enfrenta desde Janeiro deste ano, com 17 das 21 províncias afectadas, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados domingo.

A ministra da Saúde recebeu também hoje uma delegação do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC/África), destacando o papel desta estrutura na estratégia de combate à cólera no país, nomeadamente na mobilização de equipas técnicas e no acesso a vacinas.

Durante o encontro, a delegação do CDC/África entregou produtos médicos e meios de biossegurança ao Ministério da Saúde, tendo o seu Director-Geral, Jean Kaseya, manifestado preocupação com a situação da cólera em Angola e garantido o reforço do apoio técnico e logístico com vista à erradicação da doença no país, refere-se num comunicado.

Segundo Jean Kaseya, embora Angola registe actualmente cerca de 14 mil casos, apresenta os números mais baixos da África Austral no mesmo período.

Para melhor entendermos o que o Governo do MPLA (há 50 anos no Poder) pensa sobre esta calamidade, vejamos o que o Presidente do MPLA (e por inerência também Presidente da República e dono do reino) general João Lourenço disse em 2 de Fevereiro de 2024 aos membros da SADC a propósito do reforço de sistemas de saúde.

«O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, apelou aos Estados-Membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) a estarem preparados para emergências de saúde pública e para o reforço dos sistemas sanitários.

João Lourenço, também Presidente em Exercício da SADC, fez o apelo na abertura da Cimeira Extraordinária desta organização regional, que decorreu em formato virtual e analisou o surto de cólera que assola países membros.

“A nossa preparação para emergências de saúde pública constitui uma exigência vital, no momento actual. Devemos estar prontos para enfrentar e superar os desafios que se colocam, tendo em conta que a prevenção é a chave do problema. Por isso, devemos nos empenhar em fortalecer os nossos sistemas de saúde, a vigilância epidemiológica, laboratorial e ambiental, mitigar os riscos e educar a nossa população”, sublinhou.

João Lourenço reconheceu a urgência de uma resposta e a necessidade de uma acção coordenada e eficaz para enfrentar o problema.

“A crise de saúde pública que assola a nossa região representa uma séria ameaça ao desenvolvimento sustentável e ao bem-estar dos nossos povos. Neste momento crítico, devemos reconhecer a urgência da nossa resposta e a necessidade de uma acção coordenada e eficaz, pois a cólera não conhece fronteiras e exige uma abordagem regional para enfrentá-la”, frisou.

O Chefe de Estado destacou igualmente a urgência no fortalecimento dos mecanismos de transferência tecnológica, para que se invista em fábricas para a produção local de medicamentos, produtos médicos e vacinas, visando a auto-suficiência, o desenvolvimento económico e tecnológico, a criação de empregos e a inovação do sector farmacêutico da região.

O Presidente em exercício da SADC considerou crucial o fortalecimento da vigilância epidemiológica em todos os pontos fronteiriços, para garantir a segurança sanitária e reduzir a transmissão da doença na circulação de pessoas, bens e serviços entre os países.

De acordo com a titular do sector da saúde, Sílvia Lutucuta, a região está desde 2022 a ser afectada por surtos de cólera, agravando-se com as dificuldades do saneamento básico e alterações climáticas.

“As chuvas torrenciais e os ciclones, de facto, têm colocado a nossa população em risco. Desde essa altura, já temos o registo de mais 660.000 casos de cólera com mais de quatro mil óbitos”, informou a ministra angolana da Saúde.

De acordo com Sílvia Lutucuta, desde à quadra festiva ao início deste ano, houve um aumento considerável de casos de cólera na Zâmbia, Zimbabwe e também em Moçambique, com excepção de Angola, Namíbia e Botswana.

A reunião teve como objectivo tomar decisões para prevenir, combater a propagação e dar uma resposta efectiva à doença, baseadas nas constatações dos ministros da Saúde e no relatório do Conselho de Ministros da SADC, que exige uma abordagem integrada e holística que aborde não só os desafios da saúde, mas também os desafios económicos, sociais, ambientais e de governança, de forma eficaz e sustentável.»

Folha 8 com Lusa

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